O desperdício alimentar é uma preocupação mundial que se tornou cada vez mais prioritária e relacionada com a sustentabilidade.

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), a nível mundial, cerca de um terço de todos os alimentos produzidos é perdido ou desperdiçado.

Em Portugal, cada português desperdiça, em média, 181 kg de alimentos por ano (Instituto Nacional de Estatística, 2021).

O desperdício alimentar para além das implicações sociais e económicas, afeta também negativamente o ambiente. Estima-se que 8 a 10% das emissões globais de gases com efeito de estufa (GEE) estejam associadas a alimentos que não são consumidos (UNEP Food Waste Index Report, 2021). Os resíduos alimentares ao serem enviados para aterros, emitem GEE, particularmente o metano. Para além disso, o impacto ambiental do desperdício inicia antes, durante toda a fase de produção de alimentos, também associada à emissão de GEE. 

Ao reduzir o desperdício alimentar, evita também a perda de todos os recursos necessários para a produção e transporte de alimentos (água, solo, energia, combustível, etc.).

Como evitar o desperdício alimentar?

Estima-se que a maior proporção de desperdício verifica-se no consumidor (cerca de 53%), portanto todos temos uma responsabilidade acrescida para minimizar este problema. 

Algumas recomendações que pode adotar em casa:

• Planear as refeições e fazer uma lista de compras: Antes de ir ao supermercado, verifique a despensa e o frigorífico e faça uma lista de compras;
• Verificar a validade dos produtos: Ao comprar alimentos, verifique sempre as datas de validade. Use primeiro os produtos que estão mais próximos do final da validade. Deve saber distinguir dois tipos de datas de validade:

“Consumir de preferência antes de” – Pode ser consumido após a data indicada, contudo algumas características organoléticas podem estar alteradas, como a textura e o sabor. Verifica-se em produtos não perecíveis como o azeite, massas, arroz, cereais, frutos secos, entre outros.
“Consumir até” – O consumo do alimento deve ser feito até à data indicada e não em datas posteriores. Surge em alimentos muito perecíveis como lacticínios, carne, peixe e charcutaria.

• Não descartar alimentos apenas pela aparência: Compre hortícolas e fruta “imperfeitos”, ou seja, aqueles que não possuem o calibre ou formato desejável, mas que são igualmente seguros e adequados para consumo;
• Reaproveitar as sobras: Se sobrar comida após as refeições, pode congelar as sobras ou atribuir-lhes uma nova vida e confecionar uma refeição diferente;
• Aproveitar os alimentos na sua totalidade: Use cascas, talos e partes menos nobres dos alimentos para preparar receitas. Por exemplo, as cascas dos hortícolas podem ser usadas para fazer caldos e as folhas e talos para confeções de sopas;
• Realizar compostagem: Pode fazer compostagem com os resíduos orgânicos e tem uma alternativa aos fertilizantes químicos, reduzindo simultaneamente a emissão de GEE.

Consciencialize-se deste problema e faça parte da solução. 

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